sábado, 12 de maio de 2012

Há dias de sorte...

... Daqueles de estar em casa só com as miúdas. A mais velha ferrada a dormir. A mais nova a pé. Ir à varanda e num abrir e fechar de olhos ficar trancada por fora porque um pirralho de dois anos se lembrou de puxar o trinco...

- Madalena, abre a porta! Coitadinha, só tem dois anos e falta-lhe um 'danoninho assim' para conseguir empurrar o trinco para cima.

- Madalena, vai acordar a tua irmã! Vai e volta sem sucesso... Apercebe-se da situação e começa a chorar. Puxa e empurra as portas. Chora. Grita!

- Madalena, dá beijinhos à mãe! Colo a boca ao vidro e recebo beijinhos.

Porra, ela tem a casa por conta dela. Em cima da mesa está uma tesoura enorme e uma caixa de alfinetes.

Lembra-se de ir buscar a cadeira alta da irmã. Puxa a cadeira e vem atrás um vaso de bambus altos. Coisa esperta da mãe que puxa a cadeira enquanto empurra o vaso com o rabo. Não consegue tirar a cadeira da irmã e vai buscar a dela. Chiça, quando ela sobe a essa cadeira não consegue descer sozinha! Começo eu a gritar e a bater no vidro:

- Madalena!!! Não sobe à cadeira!!! Pendura-se na cadeira e eu grito cada vez mais alto. E aí sim, a coisa descontrola-se. Ela assusta-se e começa a chorar, a gritar, desce e anda às voltas pela sala... A berrar... A chorar com lágrimas, o que singnifica que é choro sério.

Mas há dias de sorte. Por acaso, quando fui à varanda tinha o telefone no bolso e logo que me vi fechada e que a coisa não tinha retorno, pude ligar ao pai da criança... E ele chegou no momento em que a situação se descontrolou.

Como é que a mãe do Ruca se safava de uma destas?

Sem comentários: