quinta-feira, 8 de março de 2012

A Hemorragia ...

In Jornal i: Mais que criar, é urgente salvar empregos

Por Filipe Paiva Cardoso

(…) Se os 3 mil milhões – à imagem do que foi feito na saúde – fossem usados para saldar dívidas que o Estado tem acumulado perante milhares de fornecedores, quantas empresas passariam de “à rasca” para “viáveis”? E quantas empresas poderiam cancelar/reduzir reestruturações? E quantas passariam a ter as contas em dia? E quantos milhares de empresas poriam esse dinheiro a circular saldando, por seu turno, dívidas com os seus fornecedores ou trabalhadores? E quantos desses trabalhadores saldariam dívidas que os asfixiam? E quanto consumo razoável não seria retomado? Quanto dinheiro chegaria aos portugueses para melhorarem a sua situação ou continuarem com um nível de vida razoável? Com tudo isto, quantos empregos seriam salvos? É importante que se fale em crescimento e criação de emprego, mas, vendo a dimensão da hemorragia actual – todos os dias morrem centenas de empregos –, a prioridade não deveria ser estancá-la? Ou vamos continuar a fingir que não há milhares e milhares de empresas em risco iminente de fechar e arrastar para o fundo milhares de trabalhadores (e as contas públicas)?

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